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Pedritense Pul Barreto fala sobre como tem sido os dias de quarentena no Rio de Janeiro

"Acredito que tem um pouco de exagero nisso tudo, pois temos agentes bem mais graves que se manifestaram no passado e não houve esse movimento"

De acordo com a A Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, já foram contabilizadas 188 mortes por coronavírus no estado e um total de 3.231 casos confirmados. Outras 115 mortes estão em investigação. No Brasil, o total é de 1.328 mortes e 23.430 casos confirmados de coronavírus. A letalidade da doença no país é de 5,5%.

Pul Barreto, você acha que o vírus foi de alguma forma subestimado ?

Tem um pouco de exagero nisso tudo, pois temos agentes bem mais graves que se manifestaram no passado e não houve esse movimento. É claro que existe interesse por trás, não tenha dúvida, o melhor a fazer é não entrar na onda de pânico que querem causar e tirar proveito do que sobrar de melhor, porque tudo na vida tem seu lado bom.

Como é estar em casa, morando numa cidade como Rio de Janeiro ?

Brinco com meus amigos que estou de “oitentena”, porque já estava confinado em casa terminando meu livro. Não sinto diferença alguma, saio quando tenho que sair. Em baixo do meu prédio tem um barzinho, desço pra tomar minha cervejinha, mas claro que sou um dos poucos frequentadores.

O que as autoridades estão fazendo para enfrentar a situação na cidade ?

Há policiamento mais intenso, porém, tenho visto os guardas parados falando no WatsApp, em geral com celular na mão ou vendo vídeo. Nos bairros de maior concentração popular não tem como haver esse controle, e nas favelas muito menos. A festa ta rolando, e as pessoas continuam aglutinadas e nem tem como afastar, não há espaço físico. Isso acontece também nos supermercados e hortifrutis que estão cheios. Ontem por exemplo, tivemos filas quilométricas pra comprar ovos de páscoa em Madureira. Aliás em todos os bairros populares.

Você acha que as pessoas estão mais protegidas ficando em casa ?

É claro que ameniza, mas não creio muito nesse isolamento. Há poucos dias estava todo mundo se esfregando no carnaval, cheio de turistas dos países que começaram a enfrentar o problema antes de nós. Pessoas que viviam num roça-roça como se não houvesse amanhã, agora andam de máscara com medo de ser contagiadas. Sempre houveram as epidemias, e hoje em dia ninguém morre mais de outra coisa, até facada e tiro agora é coronavírus. Quanto tempo convivemos com o AIDS sem que houvesse algum remédio ? o H1N1, a ZICA, a CHICUNGUNHA, em fim…

Além das perdas humanas, já é possível mensurar os prejuízos financeiros decorrentes de uma crise como essa ?

Vidas se perdem sempre, e se formos contabilizar os números de criminalidade e acidentes isso vai bem mais longe. Na verdade, a morte só precisa de uma desculpa e quem tem que ir embora aproveita o bonde, entra no pacote. É claro que haverá um grande prejuízo para os negócios, não tenha dúvida, porém, sempre em meio as crises a riqueza troca de mãos ou oportuniza que outras mãos possam acessar. Com isso, surgirão bons negócios, alguns preços irão cair e quem tiver condições poderá adquirir quando antes não poderia. Essas epidemias são cíclicas, sempre houveram, é bíblico.

O que você diria para os brasileiros, especialmente seus conterrâneos, sobre tudo que está vivendo e que ensinamentos se pode tirar disso tudo ?

Em qualquer tempo, sempre devemos parar um pouco para contemplar a nós mesmos e respirar profundamente. Admirar o belo e valorizar as coisas simples, até porque o mundo está galopante e veloz, talvez o bom disso tudo é que as pessoas possam refletir nas suas ações, nas suas atitudes e nos seus interesses pessoais sobrepondo-se aos coletivo. É um tempo de reflexão e de estudo.

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