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Onda de furto de animais causa prejuízo milionário a produtores rurais de Livramento

Segundo levantamento de casos comunicados ao Sindicato Rural, de janeiro para cá, mais de 500 animais foram furtados de propriedades rurais do município

Uma realidade que se repete: o crime do abigeato que, ano após ano, traz inúmeros prejuízos a produtores rurais da região. Mesmo as forças de segurança atuando fortemente, realizando prisões e apreensões, os criminosos continuam agindo na calada da noite ou até mesmo à luz do dia. Cada vez mais audaciosas e articuladas, as quadrilhas que agem neste tipo de crime são responsáveis por prejuízos incalculáveis aos produtores que estão cada vez mais desestimulados em prosseguir na atividade pecuária.

Somente nesta semana, três produtores relataram que no final do mês de março tiveram animais furtados de suas propriedades. Uma delas fica localizada na região do Funchal, de onde sumiram 80 bois do campo da família de Jorge Simões Pires. Segundo a filha do produtor, Laís Simões Pires, a falta dos animais foi constatada durante a contagem e recontagem do rebanho. “Não tinha nenhum tipo de marca ou rastro no campo. Uma situação horrível. Assim fica difícil de trabalhar. A gente espera que a polícia consiga prender esses criminosos logo”, disse Laís.

Buscando alguma informação que pudesse levar ao paradeiro dos animais, a família utilizou uma postagem no facebook com a marca e o sinal dos bois. O gado furtado é das raças Aberdeen e Braford de 2 a 3 anos de idade. Quem tiver alguma informação pode entrar em contato pelos telefones (55) 9- 9975-1160, (55) 3242 -1477, (55) 9 -9951 – 2477, (55) 9 -9900 -5199 ou (55) 9 -9933 -1477.

“Eles estouraram o cadeado da porteira”

O produtor rural Nelson Severo de Castro teve 50 animais furtados da sua propriedade, localizada entre as vilas de Pampeiro e Santa Rita na antiga Fazenda das Marrecas. O gado que foi levado é da raças Braford e Hereford e pelo que tudo indica foi tropeado pelo corredor. “Esse fato aconteceu na terça-feira, 31 de março. O gado que levaram é cruza dessas raças, mas a pelagem predominante é vermelha. São bois, vacas gordas e com cria. Esse gado saiu tropeado, arrombaram um cadeado de uma porteira.

Alguém deve ter visto um tropel de gado pelo corredor, e pelo que vimos lá esse gado saiu no sentido da Vila Santa Rita”, disse o produtor.
Além desse furto, Nelson disse já ter sofrido outros semelhantes, inclusive a sua desistência da criação de ovinos naquela localidade foi por conta desses acontecimentos. “Lá, tenho campo faz uns 10 anos e já terminei a criação de ovelha por causa do roubo. E (roubo de) gado também não é a primeira vez, mas sempre era uma ou duas cabeças. Quantidades pequenas. Nunca tinha sido nessa proporção”, contou.

Matias Moura / AP

“Levaram 73 ovelhas”

Outro produtor, que não quis se identificar, possui 45 anos de atividade pecuária na região do 3º Distrito do Ibicuí da Armada, próximo à Ponte da Conceição, da BR 158. Ele conta que há, aproximadamente, 15 dias realizou uma contagem do seu rebanho de ovelhas das Corriedale e Poll Dorset e o número total fechou. “Aí no dia 26 de março fomos realizar outra contagem e havia uma diferença de 73 ovinos. São ovelhas e borregas.

Nós recorremos todos os limites do campo e não foi possível identificar o local por onde possam ter levado esses animais. Esses animais têm sinal, ponta aparada na esquerda e a orelha direita é dividida ao meio. Não é a primeira vez que isso aconteceu. De quatro em quatro anos desaparecem lotes por volta desse número aí. Essa já é a terceira vez”, relata.

De janeiro a março mais de 500 animais furtados

Desde o início do ano, a Associação e Sindicato Rural de Livramento vem realizando uma série de atividades, entre reuniões e ações, com autoridades da área da segurança e produtores para buscar uma solução para a diminuição deste tipo de crime. Dentro das estratégias adotadas, a agilidade nos registros de ocorrências foi uma delas, pois a Rural disponibilizou aos produtores o número de WhatsApp (55) 99972-6938 para registros de ocorrência. Segundo nota do Sindicato Rural, somente de janeiro a março, foram 500 animais furtados no município.

“Sabemos que é muito mais que isso, porém, infelizmente muitos produtores ainda seguem sem informar ninguém sobre os roubos nas suas propriedades. O que a gente pede (ou melhor, imploramos) é que os produtores registrem na Delegacia e/ou entre em contato com o Sindicato. Por mais que registrem na Delegacia, pedimos que igual nos passem uma mensagem com números porque, esses números que estamos coletando, é para termos a nossa própria base de dados e podermos pressionar as autoridades para uma solução – que é o que o Sindicato vem fazendo constantemente. Além de pressionar as autoridades, é com essas informações que também conseguimos verbas para equipar as nossas polícias. Por exemplo, no dia 18 de março conseguimos com o Sicredi o valor de R$ 17.300 para a compra de drones e monóculos térmicos para a Brigada Militar e Polícia Civil”.

Fonte: A Plateia / Matias Moura

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