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Rastreamento de aglomeração de pessoas através de linhas telefônicas pode atingir 126 mil na região

Operadoras devem liberar acesso à localização dos usuários

No início desta semana, o Governo Federal anunciou que irá utilizar informações repassadas pelas operadoras de telecomunicação sobre a circulação de pessoas. O objetivo é localizar aglomerações de pessoas durante o isolamento social orientado como estratégia de combate ao covid-19.

De acordo com a medida divulgada, a parceria entre o governo e as empresas de telefonia (Vivo, Claro, Oi, Tim e Algar) estará vigente apenas durante o período de calamidade pública ocasionado pelo enfrentamento ao coronavírus e não dará acesso a informações pessoais nos aparelhos. Contudo, a medida foi criticada por alguns setores, preocupados com o vazamento de dados.

O sindicato das empresas do setor (Sinditelebrasil) informou que as informações serão repassadas de forma anônima ao governo, que apenas terá acesso às “manchas de calor” em locais com concentração de pessoas. Esses dados se tornam disponíveis a partir do acesso às informações de conexão entre o celular e a antena da Estação Rádio-Base da operadora.

De acordos com dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), existem mais de 126 mil telefônicas na região disponíveis para esse “rastreamento” do Governo Federal. Somente em Bagé, maior município do entorno, são 113,7 mil linhas, enquanto Candiota soma 7,1 mil. Hulha Negra vem logo em seguida, com 3,8 mil e Aceguá é o município que registra o menor número, com 2,1 mil linhas telefônicas.

Receio de vazamentos

Ainda que o Marco Civil da Internet preveja a garantia da privacidade dos dados, os usuários das linhas receiam vazamento, não apenas através da medida do Governo Federal, mas também através de outros meios de acesso aos smartphones. Profissional da área de Tecnologia da Informação e professor do curso de Sistemas de Informação da Urcamp, Fernando Fagonde indica algumas atitudes que podem ser observadas para auxiliar no resguardo de informações.

Em um primeiro momento, o profissional destaca que a medida adotada pelo Governo Federal não pode ser considerada irregular, já que o usuário aceita a identificação e localização do chip proposta pelas operadoras. “São aquelas letrinhas miúdas dos acordos, que aceitamos quando começamos a pagar e utilizar o chip”, destaca.

Contudo, é possível “proteger” informações, como a própria questão da localização do usuário por aplicativos. Mas, nestes casos, é preciso estar atento, já que, muitas vezes, o usuário desativa a localização para uma ferramenta, mas mantém ativa para outras outras.

“O Facebook, o WhatsApp e o Instagram são todos da mesma empresa, por exemplo. Mesmo que a pessoa desative a localização para uma das redes, ainda haverá acesso ao local onde ela está através dos outros aplicativos”, explica.

Fagonde indica, como medida de controle de segurança de informação e privacidade no uso de smartphones, que o cliente leia todas as permissões que as ferramentas requerem na hora da instalação e execução ou, até mesmo, durante a atualização.

“Estamos dando acesso do aplicativo ao nosso aparelho. Se o usuário tiver alguma dúvida, é melhor não aceitar. No momento em que instala a ferramenta, o usuário pode estar abrindo uma brecha para que sua localização vaze, de alguma forma”, aponta.

Fonte: Jornal Minuano

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