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Em São Paulo mais um pedritense relata situação nestes dias de quarentena por conta do COVID-19

Elton Giacomini está morando em Assis interior de São Paulo e contou como está a situação no Estado

Mais um pedritense conta como está a situação do COVID-19 desta vez no interior de São Paulo. Desta vez nosso contato foi com Elton Giacomini, que está em Assis no interior paulista. A vigilância epidemiológica de Assis divulgou na última terça-feira (17), que monitora quatro casos suspeitos no município. Vale lembrar, que o número de casos do novo coronavírus confirmados no estado de São Paulo subiu para 240, de acordo com informações divulgadas na quarta-feira (18) pela Secretaria Estadual de Saúde . O número cresceu 46% em relação ao balanço divulgado na última terça-feira (17).

– Elton Giacomini, pode nos passar alguns dados do Coronavirus aí em Assis e São Paulo ?

Na cidade de Assis, hoje tem 7 casos suspeitos e mais 4 monitorados. Tem informação de 1 caso confirmado na cidade de Maracaí e outro suspeito em Florínea, que são cidades próximas a Assis. No estado de São Paulo nota-se que evoluiu muito como mostram as notícias nacionais.

– Você acha que o vírus foi de alguma forma subestimado ?

Na minha opinião sim, não se deu a devida importância num primeiro momento. Agora como está se alastrando de uma forma exponencial, vamos ter que ter muito senso coletivo para podermos frear esta infestação. No início, parecia um problema da China, depois da Itália, e agora está na nossa porta. Ainda vejo pessoas com crianças na supermercado, idosos em supermercados, e em número considerável. Creio que ainda não se deram conta do perigo de tanto receberem o vírus como de transmitirem. Neste sentido acredito que ainda está sendo subestimado.

– Sobre o anúncio da quarentena, houve alguma corrida ou pânico por suprimentos por aí ?

Ainda não se notou esta correria aqui. Notamos que as empresas colocaram seus funcionários em home office (administrativos) e a produção vai mais lenta. Mas ontem fomos ao supermercado e vimos as pessoas fazerem ranchos bem maiores. Ou seja, está começando a aumentar o estoque de alimento em casa, mas sem correria por enquanto.

– Como é estar em casa, morando numa cidade como Assis ?

Quanto ao item das empresas fazerem o home office, como as pessoas ficam mais tempo em casa, acredito que isto também aumenta o consumo no supermercado, pois ontem não era um dia de se fazer rancho, normalmente.

Difícil. Hoje trabalho com representação aqui em São Paulo, e todas as empresas bloquearam as visitas externas. Inclusive estou participando de dois projetos e as reuniões são via skype. Sem contato. Com isso, temos que nos doutrinar bem para não cair no ócio (risos). O que estamos aproveitando é para colocar a “bagunça” em ordem, ou seja, nos revezamos entre o trabalho virtual e o trabalho caseiro. Estamos realmente em confinamento.

– O que as autoridades estão fazendo para enfrentar a situação ?

Em Assis especificamente, a Prefeitura diminui os horários de ônibus, e nos finais de semana não tem mais transporte coletivo. Clubes fecharam as portas. As Escolas estão fechadas. Não são mais emitidos alvarás na cidade e os profissionais de saúde não podem mais tirar férias.
Ou seja, seguindo com as recomendações do Ministério da Saúde, não tem mais aglomeração de pessoas.
Tem muita informação local para que em caso de suspeita, as pessoas não se desesperem. Mas o comercio ainda segue com as portas abertas.

– Você acha que as pessoas estão mais protegidas ficando em casa ?

Acredito que sim, até porque causa um certo receio sair as ruas. Você não sabe quem pode estar contaminado. Isto é bem estranho, hoje nos preocupamos até com uma tosse que alguém pode dar num local fechado. É meio surreal.

– Além das perdas humanas, já é possível mensurar os prejuízos financeiros decorrentes de uma crise como essa ?

Acredito que não. Tanto localmente, como regionalmente e nacionalmente, o prejuízo já existe, mas ainda não tem como mensurar. Acredito que vai ser catastrófico, pois pouco está se produzindo. Aqui vejo várias fábricas com todo administrativo em casa e a produção em baixa. Ainda estamos no início da crise, e a cidade está parada. Quando estivermos no pico da crise, o que mais vai estar escasso são os recursos financeiros, e aí acredito que teremos uma melhor medida do impacto financeiro de tudo isso.

– Tem acompanhado a situação do Brasil ? O que acha das medidas tomadas até agora para combater e prevenir a contaminação no país ?

Não tem como não acompanhar. As medidas são assertivas, embora o grande problema sempre será o sistema público de saúde que não terá leitos para os casos mais graves. No meu ponto de vista, a grande forma de contenção da contaminação é consciência das pessoas. temos que nos resguardar para que isto não se prolifere. Se pensarmos que este resguardo é como se fosse férias, aí o sistema vai colapsar. O Governo dá as diretrizes, mas a população é que tem que ter consciência para não espalhar o vírus.

– O que você diria para os brasileiros, especialmente seus conterrâneos, sobre tudo que está vivendo e que ensinamentos se pode tirar disso tudo ?

Num momento destes, todos estamos sendo prejudicados, então o que posso dizer é para termos calma, adquirirmos consciência e respeito pelo próximo, e fazermos a nossa parte. Somente desta maneira poderemos enfrentar esta crise e sairmos mais fortalecidos.

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