Julho amarelo: município atua no combate às hepatites virais
Enfermeira Clara Germano, responsável pelo Serviço de Atenção Especializada fala sobre o tema

Durante todo o mês de julho, o Ministério da Saúde volta suas atenções para conscientização sobre as hepatites virais, tendo o próximo dia 28 marcado como o Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais.
Neste mês, a prefeitura de Dom Pedrito, através da Secretaria de Saúde e do Serviço de Atenção Especializada (SAE) convida a comunidade a comparecer nas unidades de saúde do município para saber um pouco mais sobre o assunto e fazer os testes rápidos para a hepatite B e para hepatite C.
Chama-se de “Hepatite” aquelas situações que causam inflamação e/ou lesão no fígado. No caso das hepatites causadas por vírus podemos citar cinco tipos: A, B, C, D e E, ou seja, são vírus diferentes, mas todos com “preferência” por agir no fígado. Em geral as hepatites virais agudas não apresentam sintomas; mas quando eles existem são: fadiga (cansaço), mal-estar, náuseas (enjôo), dor abdominal, falta de apetite e icterícia (amarelão na pele, olhos, palmas das mãos). O fato de que a maioria das pessoas não apresenta sintomas ao se infectar justifica as campanhas para que a população faça os testes rápidos, até porque muitas pessoas podem não reconhecer as situações de risco a que se expõem ou já se expuseram, podendo receber um diagnóstico tardio, aquele que quando acontece já existe adoecimento por causa do vírus.

Conforme a enfermeira e coordenadora do SAE, Clara Germano, as formas de transmissão são diferentes para os distintos vírus.
Hepatite A – é transmitida por água e alimentos contaminados e possui vacina na rede pública (para crianças – pois neles a doença pode se manifestar de forma mais grave).
Hepatite B – tem como principal forma de transmissão o sexo desprotegido. Também pode acontecer transmissão da mãe para o bebê, por contato de sangue, sêmen e fluídos com a pele e mucosas, compartilhamento de agulhas, seringas, material de manicure e pedicure, lâminas de barbear e depilar, tatuagens, piercings, procedimentos odontológicos ou cirúrgicos que não atendam às normas de biossegurança, entre outros.
Hepatite C – tem como principal forma de contágio a via parenteral, contato com sangue contaminado, a exemplo do compartilhamento de agulhas, seringas e outros objetos para uso de drogas, reutilização ou falha de esterilização de equipamentos médicos ou odontológicos, falha de esterilização de equipamentos de manicure e reutilização de material para realização de tatuagem, além do uso de sangue e seus derivados contaminados; as transmissões por via sexual e vertical são de menor ocorrência.
“Seguidamente, quando se fala em hepatites virais na Saúde Pública, dá-se destaque para as hepatites causadas pelos vírus B (HBV) e C (HCV), pois são aquelas que mais causam impacto na saúde da população e nos recursos da saúde”, destacou a enfermeira.
Segundo o Ministério da Saúde são consideradas populações que ainda apresentam dificuldade no acesso aos serviços de saúde: trabalhadores do sexo, pessoas que usam drogas, pessoas privadas de liberdade e indivíduos em situação de rua.
O Ministério da Saúde salienta que alguns segmentos da população devem ser testados, ao menos uma vez por ano, para hepatite C, por sua maior vulnerabilidade em relação a exposição ao HCV. São eles: pessoas vivendo com HIV, pessoas trans, trabalhadores do sexo, pessoas em situação de rua, pessoas com múltiplos parceiros e/ou múltiplas infecções sexualmente transmissíveis.
Outros grupos devem testar ao menos uma vez, desde que não apresentem novo risco de infecção, são eles:
– Indivíduos com mais de 40 anos;
– Pacientes ou profissionais que tenham frequentado ambiente de hemodiálise;
– Pessoas que usam álcool e outras drogas;
– Pessoas que usaram drogas injetáveis, mesmo que uma única vez;
– Pessoas privadas de liberdade;
– Pessoas que receberam transfusão de sangue antes de 1993;
– Pessoas com antecedente de exposição percutânea/parenteral a sangue ou outros materiais biológicos em locais que não obedeçam às normas da vigilância sanitária;
– Pessoas com antecedente ou em risco de exposição a sangue ou outros materiais biológicos contaminados: profissionais de saúde, cuidadores de pacientes, bombeiros e policiais;
– Crianças nascidas de mães que vivem com o HCV;
– Familiares ou outros contatos íntimos (comunicantes), incluindo parceiros sexuais de pessoas que vivem com ou têm antecedente de infecção pelo HCV;
– Pessoas com antecedente de uso, em qualquer época, de agulhas, seringas de vidro ou seringas não esterilizadas adequadamente, ou uso compartilhado, para aplicação de medicamentos intravenosos ou outras substâncias lícitas ou ilícitas recreativas (vitamínicos, estimulantes em ex-atletas).
Em Dom Pedrito:
Os testes rápidos para Hepatite B e C, assim como para HIV e Sífilis, são realizados no SAE, todos os dias da semana. O SAE fica localizado na rua Coronel Urbano, 1384, esquina Trilha de Lemos.
Os testes também estão disponíveis em todas as UBSs e Posto Central. Para o atendimento é preciso apresentar um documento oficial com foto e o cartão SUS, visto que os testes são oferecidos pelo SUS.
O teste rápido é feito com uma punção (furinho) simples na ponta do dedo e o resultado fica pronto em cerca de 20 minutos.
Ressaltamos que não é necessário estar em jejum e nem ter pedido médico, a ideia é que acesso aos testes seja simples e oportuno, ou seja, naquele momento em que o usuário decidiu realizar a testagem, ele possa testar. Dessa forma, no SAE, basta chegar ao Serviço e manifestar o desejo de fazer os testes.
O acompanhamento (consultas e exames) das pessoas que tiverem resultados reagentes (positivos) é realizado no SAE e os tratamentos para hepatites B e C estão disponíveis pelo SUS.
Contato e maiores informações: pelo telefone 3243-1581 ou e-mail [email protected].
Fonte: Departamento de Comunicação da prefeitura de Dom Pedrito