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Sara Sanches, artista plástica pedritense, morre no Equador

Nascida em Dom Pedrito em 1943, Sara morreu dia 26 de Abril, em Quito, no Equador, onde morava desde 1972

Nascida em Dom Pedrito em 1943, onde viveu até a juventude, Sara Sanches estudou na Espanha, onde conheceu aquele que viria a ser seu esposo e depois se transferiu para o Equador, país que viveu e trabalhou até a sua morte, em 26 de abril deste ano, aos 75 anos. A artista se destacou com obras que retravam cenas do cotidiano, carregado de influências de sua terra natal

Filha de Wilda e José Sanchez, estudou arquitetura na UFRGS, e foi, em 1968, para a Espanha com a intenção de prosseguir seus estudos. Lá permaneceu dois anos e começou sua vida artística. Estudou em San Fernando com Nicolás Svistoonoff, grande desenhista, gravador e pintor, que logo seria seu esposo.

Sara e Nicolás vieram para o Brasil em 1970, passaram brevemente por Guayaquil e finalmente em Quito, em 1972. Lá, Sara começou a relembrara as coisas de sua terra, ao mesmo tempo em que ficou deslumbrada com o povo indígena daquele país, que passou a ser objeto de suas obras, bem como motivos da infância e da Dom Pedrito, sua terra natal.

Em janeiro de 1979, o jornal Ponche Verde reproduziu um trecho de uma nota a respeito da artista: “as telas são paredes altas, interiores vazios, enfim, a paisagem plana de uma centenária cidade da fronteira gaúcha, onde a pintora nasceu e passou a infância. Mas as obras são todas realizadas no Equador, país em que Sara Sanchez, 35 anos (na época da publicação), mora e trabalha desde 1975. E a técnica é a europeia, a mesma combinação de têmpera e óleo, em camadas superpostas, com a qual os flamengos do século XVII, obtinham as inigualáveis transparências de seus quadros”.

Obras da artista, constantes no acervo do Museu Paulo Firpo

Sara Sanches, na visão da Amiga Lola

Nossa reportagem conversou com Dolores Parto Moure, assim mesmo com “e” no final. Espanhola de nascimento. Ela mora na Rua Andrade Neves, quase ao lado da Qwerty Escola de Educação Profissional, foi vizinha de Sara Sanches, amiga com a qual conviveu a infância e parte da juventude. Lola, como é conhecida, era a proprietária da tradicional ferragem Pardo.

De sotaque ainda carregado de alguns traços castelhanos, ela contou sobre a ida de Sara para a Espanha e que lá, por ser filha de um espanhol, ganhou uma bolsa de estudos. Estabeleceu-se em Madri, em uma casa que o Brasil mantinha para os estudantes. Concluiu os estudos, mas logo até os professores perceberam que sua vocação era para o desenho livre.  Após conhecer Nicolás e casar-se, vieram ao Brasil. Sara pretendia vir para São Paulo ter com um grande amigo da infância, ninguém menos do que José Antônio Dias Lopes, jornalista e escritor renomado de família tradicional de Dom Pedrito, já bem destacado profissionalmente.

Pois bem. Depois dessas rápidas passagens, se estabeleceram em Quito, no Equador, país onde os pais de Nicolás haviam morado no passado. Professor da Escola de Belas Artes de Quito, Nicolás construiu uma casa de três andares, onde viveu até sua morte.

A última vez que sara esteve em Dom Pedrito faz aproximadamente 8 anos, quando veio com o marido, o filho, a nora e um neto. Lola guarda na lembrança os tempos em que conviviam, a infância, a juventude. Depois distantes, mas sempre em contato, a amizade e a ligação com a terra que a recebeu e que a viu partir mais uma vez. Ganhou o mundo, levou sua arte, e de certa forma levou Dom Pedrito também, na lembrança e nos pinceis que eternizaram nas telas, as impressões, os sentimentos da sua Capital da Paz.

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