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Caso queiramos ter uma nação de homens e mulheres de bem no futuro, precisamos investir desde agora nas pessoas do amanhã. Se a repressão não está funcionando, quem sabe a educação seja o caminho

Qwerty Editorial – você se sente seguro?

Um dos maiores anseios que todo ser humano tem em sua vida, diz respeito à segurança. Nós queremos nos sentir seguros em vários aspectos. Buscamos a segurança emocional, que pode ser o resultado de um emprego estável, de uma relação afetiva que nos complete, e finalmente, uma sociedade onde as regras sejam cumpridas e aí entra a nossa segurança física.

Sentir-se seguro pode ser um conceito muito subjetivo, afinal, cada pessoa tem o seu próprio entendimento. Mas o aspecto de segurança que está em pauta nesses últimos tempos é justamente aquele que garante a nossa integridade como pessoa pertencente a uma sociedade organizada e que está garantido por lei, devendo ser promovida e fiscalizada pelos governos – a segurança pública.

Em uma linha muito bairrista, queremos dizer que Dom Pedrito deixou de ser, há tempos, uma cidade onde os crimes eram em sua maioria passionais ou ligados ao furto esporádico de gado, como contam os mais velhos. A Capital da Paz passou a importar criminosos dos grandes centros, seja pela transferência de presos da região metropolitana de Porto Alegre, seja pela pressão que o crime organizado sentiu em outras partes, obrigando a se transferir para cidades menores. Sim, o criminoso migra. Se lhe apertam em um ponto, ele se adapta e recomeça em outro.

Especialistas apontam como causa principal para o aumento da criminalidade, nas suas mais variadas vertentes, o consumo e o consequente tráfico de drogas. Viciados, muitos deles jovens, passam à condição de ladrões, furtando motos, assaltando estabelecimentos e pessoas, forma que encontram para sustentar o vício; endividados, começam a ser cobrados e pagam muitas vezes com a própria vida.

Quando a polícia realiza a apreensão de drogas e a prisão de traficantes, a maioria de grau hierárquico mais baixo, chefes de quadrilhas passam a ter prejuízo, prejuízo este, que alguém terá que pagar, em um círculo vicioso do crime em que a sociedade é parte mais frágil.

O baixo efetivo das polícias Civil e Militar são um ingrediente desde bolo indigesto. Veja-se o que acontece aqui mesmo. Caso a Brigada Militar esteja atendendo uma ocorrência, notadamente à noite, e outra surja ao mesmo tempo, dependendo da gravidade, terá de contar com a própria sorte. Com a Polícia Civil ocorre o mesmo. Por conta do pequeno número de policiais, até o andamento das questões burocráticas fica prejudicado. Ao setor de investigação cabe priorizar os crimes de maior gravidade, sem falar nos salários parcelados há mais de dois anos que esses servidores convivem, motivos pelos quais, merecem o aplauso da sociedade, por fazer sempre mais do que a própria força moral lhes permitem.

Quando a rosca do crime dá mais uma volta e aperta a sensação de insegurança, as forças vivas da sociedade se organizam, fazem manifestos, passeatas, audiências públicas como a que está marcada para daqui a alguns dias, na tentativa de achar uma solução para um problema que o estado não consegue resolver.

Caso queiramos ter uma nação de homens e mulheres de bem no futuro, precisamos investir desde agora nas pessoas do amanhã. Se a repressão não está funcionando, quem sabe a educação seja o caminho.

Mas, como diz o adágio popular: “não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe”, acreditemos que esta deve ser uma fase como tantas outras, assim como depois da tempestade vem sempre a bonança, como a dor é o prelúdio do parto.

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