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Escândalo na política pedritense repercute na Câmara

Depois que uma ação do Ministério Público expôs aquilo que pode ser o maior escândalo de desvio de dinheiro público em Dom Pedrito, alguns vereadores se manifestaram na tribuna

A sessão legislativa desta segunda-feira feira (6), teve, além dos temas costumeiros, a manifestação de alguns vereadores com relação à notícia publicada na imprensa local, na sexta-feira passada (3), onde uma investigação do Ministério Público encontrou fortes indícios de desvio de verbas públicas em Dom Pedrito, dinheiro oriundo de alvarás judiciais, que deveria ser usado para a compra de medicamentos, realização de exames e outros tratamentos. Além das constatações do MP, encontra-se nos documentos disponibilizados, dezenas de diálogos entre os principais envolvidos, Álvaro Raul Zanolete e Ivanúcia Maciel Severo, que chocaram a comunidade pedritense pelo seu conteúdo.

Foi assim com o vereador Ricardo Schlüter, que no início de sua fala mencionou o caso em questão, elogiando o trabalho do Ministério Público, frisando que agora cabe à justiça avaliar a situação e as partes fazerem as suas defesas. Membro da MDB, assim como o ex-secretário de Saúde, Ricardo salientou a importância do respeito, uma vez que os partidos são formados por pessoas e estas estão sujeitas a erros. Uma vez que os partidos possuem vários homens e mulheres que gravaram seus nomes na história, por conta de seus feitos, há também os que acabam maculando essa trajetória, justamente pelos exemplos negativos, numa clara referência ao momento atual. Na sua visão, não se pode generalizar, mas torce para que a justiça seja feita.

Chiaradia também fez uma reflexão sobre o tema. Disse ele que as vezes se torna difícil subir na tribuna par falar em política, principalmente quando se dirige aos mais jovens. Mencionou a questão interna dos partidos, onde muitas vezes seus integrantes se reúnem, não para fazer política, mas para conspirar, para maquinar formas de se beneficiar nas próximas eleições, fazendo referência à figura de Zanolete que segundo comprova a investigação do MP, trabalhava em função da eleição que se avizinhava, entre outras coisas mais. Ao final fez um apelo para que as pessoas de bem não se afastem da política por causa “desse tipo de gente”.

Ana Paula, também começou a sua fala trazendo suas impressões sobre o escândalo recente. “Azar dos pacientes, eles também votaram neles” – assim iniciou seu discurso ao referir-se à um trecho dos diálogos expostos na sexta-feira passada (3), ao qual ela referiu ter sentido “nojo”. Em um discurso previamente redigido, ela falou daquilo que qualificou como deterioração ética de quem não sentiu medo, vergonha ou culpa, mas sim a certeza de que ficaria na impunidade. Para a vereadora Paula, a falta de escrúpulos e princípios já se acentuou de uma forma tão acentuada em “seu caráter” que essas circunstâncias não chegam a prejudicar sequer o seu sono. Paula disse esperar que os culpados sejam punidos e que a justiça seja feita.

O Vereador Sérgio Roberto, como membro do MDB, não se furtou de comentar o tema da noite. Foi surpresa para todos o caso, mas disse que subia à tribuna para defender, tampouco para acusar ninguém, até porque, com sua vivência na política e na advocacia, sabe que existem alguns princípios que devem ser observados, como o da presunção da inocência, da ampla defesa, do contraditório, visto que em muitos casos, pessoas que são citadas como autoras de determinados delitos, acabam provando sua inocência. Mesmo pertencendo a mesma sigla partidária de alguns dos acusados, disse não se sentir atingido, até porque, ele, como os demais vereadores naquele dia presentes, não haviam feito nada de errado, mas que ninguém se surpreenda se logo mais adiante uma ou duas pessoas citadas acabem provando que não tinham nada a ver com essa história.

Guiga também foi um dos que utilizou a tribuna do Plenário Ataliba Torres para externar seu pensamento à respeito do tema. Como líder de bancada, o vereador do progressistas se disse surpreso e ao mesmo tempo solidário com os pacientes prejudicados pelo desvio de verbas. Reconheceu o valor do MDB como partido, mas que por vezes, pessoas que formam essas siglas existem aquelas de “má fé” e que agora cabe à justiça dar seguimento a este caso. Qualificou a caso como grave, mas que não cabe a ele avaliar aqueles famosos trechos dos diálogos.

Maninho, como ex-secretário de Saúde não deixou passar em branco os fatos narrados pelo Ministério Público. Conhecedor da pasta, explicou do que se tratam os alvarás judiciais e citou alguns dos diálogos que foram alvo das investigações e que não tiveram as devidas prestações de contas. Maninho destacou a gravidade de tema e responsabilizou o gestor e atribuiu a ele grande parcela de culpa, por nomear o ex-secretário Zanolete.

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