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Bloqueios de verbas: Universidades federais se pronunciam

Ministro atribuiu corte de 30% ao plano de governo que prevê a educação básica como prioridade

Na noite da última terça-feira (30), o Ministério da Educação anunciou um bloqueio de orçamentos para todas as universidades federais do país, deixando muitas instituições preocupadas com as consequências que essa medida pode ter na educação superior em todo Brasil. Em seu perfil no Twitter, o ministro, Abraham Weintraub, afirma que essa decisão foi tomada seguindo o plano de governo do presidente Jair Bolsonaro, que “prevê a educação básica como prioridade”.

Após esse anuncio do MEC, muitas universidade federais divulgaram textos expondo os impactos que isso pode gerar para as instituições e demonstraram a preocupação por conta dessa decisão do governo.

Em nota pública divulgada pela Universidade Federal do Pampa (Unipampa), é informado que o valor total bloqueado e que seria dividido entre os campi da universidade espalhados pelo estado, incluindo Dom Pedrito, seria de R$ 18.802.778,00 e reitera a preocupação após este fato “A situação se torna extremamente preocupante à Unipampa, uma vez que muitas estruturas e serviços estão sendo implantados, por se tratar de uma instituição jovem, e a diminuição de sua capacidade de crescimento afronta o interesse social”.

A equipe da Qwerty Portal de Notícias entrou em contato com o diretor do campus da Unipampa em Dom Pedrito, Tiago Beuron, que não quis dar mais detalhes sobre a situação, apenas afirmou que a instituição aguarda instruções mais precisas sobre o assunto, mas ressalta a importância da comunidade estar ciente das possíveis implicações caso o bloqueio persista. Ele também destaca que muitas obras serão entregues em breve no campus e que isto atrapalharia e muito a conclusão desses serviços.

Já o reitor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Paulo Burmann, em entrevista à Rádio Progresso de Ijuí, destacou que a universidade só possui recursos para suas atividades até setembro deste ano: “Estabelecemos como prazo para funcionamento da instituição até setembro. A situação é muito séria, alarmante e preocupante”, declarou Burmann.

Na manhã do mesmo dia, o anúncio do bloqueio havia sido divulgado atingindo apenas três universidades no país, Universidade Federal Fluminense (UFF), a Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA). A situação foi justificada mais tarde pelo ministro em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo: “Universidades que, em vez de procurar melhorar o desempenho acadêmico, estiverem fazendo balbúrdia, terão verbas reduzidas. A lição de casa precisa estar feita: publicação científica, avaliações em dia, estar bem no ranking”.

Em informação divulgada pelo site G1.com, Arnaldo Barbosa de Lima Junior, secretário de Educação Superior do MEC, afirma que essa trata-se de um “bloqueio” que foi feito “de forma preventiva” e “só sobre o segundo semestre”.

Apesar de ter dito que o bloqueio foi feito “de forma isonômica” para todas as universidades e institutos, Lima afirmou que está “estudando alguns parâmetros” para definir quais delas seriam “premiadas” com uma “redução menor do que as outras” ao longo do ano, “mas com ênfase no segundo semestre”.

Segundo ele, o primeiro parâmetro é o “desempenho acadêmico e seu impacto no mercado de trabalho”, seguido da governança das universidades. “A gente quer que elas tenham uma sustentabilidade financeira”, explicou o secretário. O terceiro parâmetro é a inovação gerada para a economia.

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