“Legislativo não pode usar dinheiro público para fazer ‘média’ com servidores”, disse Sergio Roberto sobre proposta de reajuste
Proposta de reajuste de 13,75% aos servidores da Câmara foi rejeitada pela maioria dos vereadores

Na sessão legislativa de ontem à noite (1º), foi à votação o Projeto de Lei 0013/2019, que concede reajuste salarial aos servidores efetivos, cargos em comissão, funções gratificadas, quadro de pessoal excedente do município e vereadores.
A data em que o projeto foi à votação estava envolta em uma atmosfera de significados: de um lado, a presença expressiva de servidores do legislativo, que acompanhavam a sessão, obviamente como uma forma de pressão aos representantes do povo que decidiriam sobre suas folhas de pagamento; do outro, o sugestivo 1º de abril, data constante na tradição popular como sendo o “dia dos bobos”, e que coincidiu com o dia escolhido para votar um projeto que certamente iria onerar consideravelmente os cofres públicos; fechando o tripé em que se apoiavam as discussões da noite, as opiniões contraditórias de vereadores que eram contra ou a favor,
O vereador Sergio Roberto Vieira disse: “…não se pode é cada vez que um presidente assume nesta casa, querer fazer média com o servidor, com dinheiro público”. E seguiu afirmando que os servidores da Câmara deveriam ganhar R$ 10 mil cada um, mas isso que é impossível, uma vez que os servidores da casa vizinha, fazendo alusão à prefeitura, estavam recebendo uma reposição de apenas 0,25%, sendo que os recursos são provenientes do mesmo cofre. Segundo Sergio Roberto, esses 10% a mais deve ser a maior do Brasil, ainda mais levando em consideração o índice da inflação registrado em 2018, que foi de 3,75%. O vereador ainda trouxe outros números: a inflação acumulada nos últimos três anos soma 12,99% e os reajustes na Câmara totalizam 72,71%. “vamos acabar com esse negócio de agradar servidor para fazer cabo eleitoral”, exclamou Sergio Roberto.
Eli Barbosa, atual presidente da Câmara, falou que não se trata de “fazer média” com funcionário público, mas de valorizar uma classe pouco reconhecida, e que não tomou esta decisão sozinho, mas consultou a contabilidade da Câmara e que o aumento não comprometeria a folha de pagamento.
Renato Luiz Chiaradia se disse preocupado com o fato de muitas vezes não estar havendo seriedade no serviço público e que as opiniões emitidas na tribuna ou em votações estão levando em conta o caráter eleitoral. Em sua opinião é preciso olhar o serviço público de uma forma mais plural, “ser bom é fácil, o difícil é ser justo”, afirmou Chiaradia. De ânimo inflamado, disse que é preciso pensar no todo e não de forma individual, cedendo a pressões.
Por fim a proposta de 6%, emenda oriunda das comissões foi aprovada
Contrários ao aumento de 13,75%: Sérgio Roberto Vieira (MDB), Diego da Rosa Cruz (Progressistas), Terezinha Camponogara (Progressistas), Hilton Ender Silva Lopes (PDT), Rosemeri Martins dos Santos (Progressistas), Luiz Carlos Moraes Costa (PTB), Ana Paula Montiel Salines (Progressistas) e Renato Luiz Chiaradia (Progressistas).
Favoráveis ao aumento de 13,75%: Ricardo Schlüter (MDB), Luiz Carlos Pinto Cruz (MDB), Jonathan Souza Duarte (PDT) e Ademir Marques Veiga (PTB).