Governo do RS não irá assinar acordo proposto pela União

O governo do Estado não assinará a proposta de renegociação da dívida com a União, na forma como foi apresentada pelo Ministério da Fazenda. A informação foi confirmada à Rádio Gaúcha pelo Secretário da Fazenda, Giovani Feltes, neste sábado (20). Na avaliação do titular da pasta, o alongamento do prazo para pagamento do montante devido soluciona os problemas de “boa parte dos Estados brasileiros”. No entanto, não resolve a “situação angustiante” que vive o Rio Grande do Sul.
Hoje, a dívida passa de R$ 50 bilhões, conforme o secretário da Fazenda.
Conforme cálculos iniciais feitos pela Fazenda, o alongamento proposto pela União em reunião com governadores nesta sexta-feira)diminuiria em cerca de R$ 40 milhões a parcela mensal paga pelo Piratini. Embora este seja considerado um reflexo positivo, o valor representa pouco diante do montante enviado para Brasília todos os meses, de aproximadamente R$ 280 milhões.
“O Rio Grande do Sul não vai assinar da forma como está sendo proposta. Vamos continuar negociando. Na próxima semana, pretendo ir a Brasília, conversar com o Ministério da Fazenda e a Secretaria do Tesouro Nacional para encontrar medidas que possam efetivamente resolver a situação do Estado. Esse alongamento, embora traga um reflexo positivo, não resolve a nossa situação que é angustiante”, afirmou Feltes à Rádio Gaúcha.
De acordo com o secretário, o Piratini quer obter junto ao governo federal um prazo de carência de cerca de três anos em relação ao débito. A ideia é que este prazo seja compensado depois, dentro da proposta de alongamento do Ministério da Fazenda.
“Nós precisaríamos de uma carência, no mínimo, de três anos. Tão logo encerrado este prazo, nós voltaríamos a pagar a dívida, com nossas contas absolutamente em dia. Coisa que hoje é impossível de se fazer”, avaliou.
Em que pese o pedido tenha sido apresentado pelo Piratini, o governo vê poucas chances de ter o pleito atendido pelo Ministério da Fazenda.