Lei antifumo: regulamentação reduz ainda mais espaço para fumantes

Os fumantes vão ter menos espaço a partir desta quarta-feira (3). Na entrada dos shoppings é comum ter cinzeiro. Mas se o espaço tem cobertura, uma marquise, a partir desta quarta-feira (3), não poderá mais ser usado pelos fumantes. “Acho que atrapalha um pouquinho, porque a gente gosta de ter uma liberdade, mas pensando no bem geral é legal”, afirma o produtor de eventos Igor Fearn. A regulamentação da lei antifumo proíbe cigarro, charuto, cigarrilha, narguilé em qualquer lugar de uso coletivo que seja fechado, mesmo que parcialmente, com um toldo ou como a cobertura dos pontos de ônibus. “A gente conviver em um ambiente poluído de fumaça de cigarro é muito ruim”, diz o servidor público Marcos César.
Nem em um bar que tem um varandão será permitido fumar. O estabelecimento comercial que descumprir a lei poderá ser multado em até R$ 1,5 milhão e ter a autorização para funcionar suspensa. O fumante não será punido, mas se ele insistir em não apagar o cigarro, o gerente poderá chamar a polícia. Primo, que é garçom há 25 anos, acredita que a adaptação não vai virar caso de polícia. “Cinquenta por cento do nosso salão nós já dividimos antes da lei. Foi difícil chegar a esse ponto. Vamos agora tentar chegar a 100%” diz Primo.
Segundo o Ministério da Saúde, o tabagismo mata cerca de 200 mil pessoas por ano no Brasil. Para a Sociedade Brasileira de Pneumologia, a regulamentação da lei, que também proíbe todo tipo de propaganda ligada ao fumo, é um grande avanço. “Todas as formas de fumo, elas produzem efeitos na saúde. E as principais são o câncer, especialmente o câncer de pulmão, o acidente vascular cerebral, conhecido popularmente como derrame cerebral, o infarto agudo do miocárdio e a doença pulmonar obstrutiva crônica”, explica Alberto José Araújo, da Comissão Antifumo da Sociedade Brasileira de Pneumologia.
Agora, só é permitido fumar nos espaços totalmente abertos. E, claro, na casa das pessoas.