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Graffiteiro e tatuador: Diego Morales tem se destacado com seu trabalho

Arte, inteligência, talento e dom. Podemos resumir assim, Diego Lucas Morales, 29 anos, pois é um fenômeno na arte do graffiti e na tatuagem. Morales realiza o trabalho desde o ano de 2009, porém seu primeiro contato com a arte foi em 2003, em um centro cultural que ele freqüentava em Porto Alegre. "Comecei a desenhar quando criança, principalmente por influência do meu avô materno. Tive momentos na vida em que abandonei o desenho completamente e outros que ele foi o meu chão", revela Diego. O artista conta que é totalmente autodidata e em 2012 teve uma passagem pelo curso de artes visuais na Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), que segundo ele ajudou bastante a explorar novos materiais e técnicas

Quando questionado sobre o que a cidade oferece para a arte hoje, ele disse que a Prefeitura ainda está distante dos artistas pedritenses que não se relacionam diretamente com o mundo da música gaúcha. Ainda segundo ele, na cidade existe uma grande diversidade de artistas com qualidade, e espaços como um atelier aberto, uma galeria pública, um estúdio livre ou eventos, são apenas exemplos de iniciativas simples de valorização e eficientes para que os artistas possam aprimorar seu trabalho, alcançando maior visibilidade frente ao grande público. 

Diego conta que quando começou na arte, o graffiti nas grandes cidades estava começando a migrar da rua para a galeria e a ganhar um respeito maior como arte por parte da sociedade em geral, porém na sua opinião e na opinião da maioria dos grafiteiros que ele conhece, mesmo vendo essa migração para a galeria como algo positivo, o verdadeiro graffiti continua sendo na rua e muitas vezes sem nenhum tipo de autorização. "Eu mesmo tive uma exposição individual em Cachoeira do Sul e uma em Santa Maria, na qual participamos juntos eu e meu amigo também graffiteiro Tiago Maia. Aqui em Dom Pedrito, desde que começamos ali na Pracinha da Paz, com apoio na época do João Ávila e do Pinduca, que liberaram espaço para nós, houve uma boa aceitação. De um modo geral a população sempre gostou, mas isso não significa que tudo esteja bem, pois na verdade quando o assunto são trabalhos comerciais, dificilmente conseguimos chegar em um valor justo e muito menos fazer o cliente entender que cada artista tem uma linha própria de trabalho", argumenta. Ele cita como exemplo, que as pessoas tem uma certa dificuldade para pagar um valor justo por algo que não seja um carro, uma televisão, um aparelho de som, entre outros. "Isso é reflexo da falta de informação e do contato mais próximo com a cultura", acredita Morales.

O pedritense diz que está começando a fazer realismo no graffiti e é ciente que seu trabalho ainda está longe de grandes artistas como Belin, Sipros, Smug, entre outros que seguem essa linha. "O resultado que obtenho é fruto de muito estudo, muita dedicação e foco. Desde que eu comecei, um dos objetivos era este, e hoje já consigo reproduzir com bastante semelhança praticamente qualquer rosto que eu me proponho a fazer", diz o graffiteiro. Uma caricatura que fez bastante sucesso, foi o rosto de uma figura conhecida na cidade, o Pico, que está sempre nas ruas em Dom Pedrito e Diego diz que como havia sido organizado o evento de graffiti recentemente, seria um dia especial, e ele achou que seria de grande valia homenagear uma figura pedritense que tivesse relação com a rua, com a ludicidade e porque não, com a insanidade, que, segundo ele, querendo ou não, habita em todos, e muitas vezes só é possível expressar através da arte. Ele conta que utilizou de uma foto que conseguiu na Internet, pois infelizmente fazia dias que ele não via o  Pico, que além de seu vizinho, costuma lhe visitar bastante na loja de tintas em que trabalha. Logo após a arte feita e divulgada no Facebook, foi um sucesso e muita gente passou a conhecer e admirar o trabalho do pedritense. Ele ainda diz que tem conseguido fazer todos os rostos que se propõe a realizar, no graffiti.

O artista além de graffitar é tatuador. Seu estúdio fica na Rua Rui Barbosa, número 468, onde funciona na própria residência dele. "Mesmo sendo em casa, é um espaço exclusivamente para tatuagem. Utilizo os melhores materiais disponíveis no mercado: tintas, máquinas, as biqueiras e agulhas descartáveis. Eu atendo basicamente pela Internet e com hora marcada. Trabalho também na loja de tintas da minha família e não senti ainda a necessidade de abandonar o trabalho lá, então não tive interesse em tocar apenas um estúdio em um ponto comercial", explica o também tatuador, que conta que a  primeira vez que tatuou foi há cerca de dois anos, mas tatua profissionalmente há um ano e três meses, e resolveu profissionalizar o trabalho no ano de 2014.

Ele revela que inicialmente a procura foi um pouco fraca por parte de seus clientes, pois as pessoas não sabiam que ele tatuava. Hoje seus clientes triplicaram e às vezes ele não consegue dar conta de atender todas as pessoas. Além de tatuar em Dom Pedrito, uma vez por mês Diego passa uma semana tatuando em Pelotas, onde conquistou clientes fiéis. O também tatuador, acredita que a clientela só tende a aumentar. Vale ressaltar que Morales, está se especializando cada vez mais, pois em agosto deste ano fez um workshop de técnicas em preto e cinza com Rodrigo Peña, tatuador argentino que atua em São Paulo e agora em dezembro ele fará mais um com Tony Gomes, um grande nome do realismo em preto e cinza no Brasil. 

Para finalizar a entrevista, o artista fez alguns agradecimentos. "Gostaria de aproveitar o espaço para agradecer meus pais, que dentro do possível sempre me apoiaram, ao meu irmão de coração Tiago Maia, baita artista que começou essa correria comigo e está aí até hoje, também, aos meus clientes e amigos que estão sempre apoiando meu trabalho, e a minha melhor amiga, esposa, maior fã, secretária, revisora, crítica e apoiadora Luise Frantz Veronez, que é uma pessoa acima da média e eu tenho o privilégio de tê-la por perto.

Para quem quiser contratar ele para realizar trabalhos como graffiti comercial ou tatuador, pode contatar pelo Facebook, através de sua página pessoal Diego Danos Morales, ou pelo fone 9971-6992. 

 

Reportagem: Elliézer Garcez
Jornalista Responsável: Marcelo Brum – MTB/RS 84.490 – FENAJ 8202
Setor de jornalismo: [email protected]

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