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Dom Pedrito – Polícia Civil diz que morte de menino é caso de homicídio doloso por omissão

Na tarde de ontem (13), foi apresentado na Delegacia de Polícia Civil de Dom Pedrito, através de uma coletiva a imprensa, pela delegada Marina Machado Dillenburg e o inspetor Patrício Antunes, a conclusão do inquérito que apurou a morte do menino Welyton Gomes Alves, de 2 anos, ocorrida no dia 04 de fevereiro de 2014.

Foram feitas perícias no corpo do menino, através da exumação autorizada pelo judiciário local, no dia 07 de fevereiro, além de diversas testemunhas que relataram o que acontecia com ele. Também foram obtidos dados do Conselho Tutelar, que demonstravam maus tratos por parte dos pais.

“Após todos estes procedimentos adotados pela investigação, para mim ficou claro que se trata de um caso de homicídio doloso por omissão”, declarou a delegada Marina, acrescentando que de acordo com o Artigo 13 do Parágrafo 2º alinhado com Código Penal, os pais são responsáveis pelas crianças, e que neste caso estes foram omissos com o menino.

“Welyton era tratado literalmente como um porco, segunda uma das testemunhas, vivia deitado no chão da casa, era alimentado somente com leite de vaca cru e pesava somente 10 kg” disse a delegada. Marina também falou sobre uma Maria da Penha, ocorrida em 2012 em relação ao casal, e que nesta ocasião o pai Alexsandro, jogou o menino com apenas 1 mês de vida contra a parede. No hospital, causou muita estranheza e surpresa para os médicos a forma como ele chegou, magrinho, sujo e com barro nas unhas.

Welyton tinha asma, que é um problema respiratório tratável. Mas os médicos não souberam determinar se ele já tinha o problema, ou se adquiriu em função dos maus tratos e a condição precária em que vivia. Para a imprensa que estava presente na coletiva, a delegada Marina disponibilizou na coletiva, um CD com o vídeo da gravação das câmeras do pronto socorro, que registraram o atendimento inicial do menino. Welyton assim que chegou, foi prontamente atendido na recepção e em seguida atendido pelos médicos plantonistas, o que contraria a versão dos pais, que afirmaram em depoimento ter havido uma grande demora no atendimento, e este fato teria agravado o estado de saúde do mesmo.

A delegada Marina está analisando um possível pedido de prisão preventiva do casal, mas que não pode se manifestar muito neste sentido. Questionada sobre o uso de drogas pelo casal, Marina respondeu que, “existem históricos de que o pai de Welyton teria tido problemas com drogas, e que a mãe também fazia uso de entorpecentes, e que nos altos, há notícias de que ambos são HIV positivo”.

Por ordem judicial proferida nos autos 012/1.17.0001433-4, a QWERTY COMUNICAÇÕES LTDA esclarece que Franciele Teixeira Gomes realizou “TESTE RÁPIDO PARA DETECÇÃO DE ANTICCORPOS ANTI-HIV”, datado de 15/09/2014, que consta o resultado “não reagente”, bem como que tal conclusão foi ratificada pelo Serviço de Atenção Especializada em documento não datado.

O investigador Patrício Antunes, também falou sobre o caso, e disse: “Espero que a morte de Welyton sirva como um marco para alguma coisa boa para a cidade, pois é inadmissível uma criança sofrer mais de um ano, agonizando até completar 2 anos e 3 meses, quando finalmente morreu, o que no caso dele pode ter sido um alívio no que ele estava sentindo”.

Patrício finalizou, alertando também para os vários casos de violência e maus tratos que vem acontecendo contra os idosos de Dom Pedrito, e que as pessoas podem procurar a Delegacia de Polícia para denunciar estes casos, acrescentando que “os informantes terão suas identidades preservadas, pois não são testemunhas”.

Por: Marcelo Brum
Setor de Jornalismo: [email protected]

 

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